domingo, 4 de outubro de 2009

Web 2.0 e Computação Ubíqua

No final dos anos 80 duas revoluções estavam ocorrendo concomitantemente: a criação da Internet (ou Web) no laboratório do CERN e os primeiros estudos sobre Computação Ubíqua no lendário XPARC. Após quase duas décadas de evolução, as tecnologias envisionadas por Tim-Berners Lee e Mark Weiser tornaram-se onipresente em nosso cotidiano.
O advento da Web marcou o início de uma revolução que ainda hoje modifica a sociedade. Na sua primeira década, entre outros avanços, essa revolução facilitou o acesso às informações, criou uma opção de baixo custo à telefonia tradicional e criou novos modelos de negócios. Entretanto, nos últimos anos a própria Web está passando por uma revolução, chamada Web 2.0, subvertendo a lógica, que remonta à Gutemberg, da distribuição em massa de informações outorgando a qualquer pessoa um acesso aos meios de criação, publicação e distribuição do conhecimento. Ao observar tal evolução, Tim O’Reilly cunhou o termo Web 2.0 para designar uma nova geração de aplicações que aproveitam os efeitos da colaboração para se tornarem melhores.
A Computação Ubíqua, ocasionou a fragmentação do computador tradicional, de propósito geral e imóvel, para um largo espectro de dispositivos móveis especializados e conectados em rede. Segundo Mark Weiser, o pai da Computação Ubíqua, “as mais profundas tecnologias são as que desaparecem”. Neste sentido a Computação Ubíqua pode ser considerada o oposto da Realidade Virtual. Enquanto na segunda o usuário penetra no mundo virtual criado pelos computadores, na primeira é a computação que penetra no mundo físico do usuário, construindo a ponte que liga esses dois mundos.
Sob o prima da Web 2.0, a Computação Ubíqua é mais que mover as informações de um PC para um dispositivo móvel. Esse novo paradigma computacional permitirá, não só aos usuários criar, acessar e compartilhar informações, mas também aos próprios dispositivos (e.g., sensores, celulares, smartphones, etiquetas inteligentes) prover informações contextuais (e.g., localização do usuário, temperatura local, vídeos de segurança) às aplicações. Nesse caso, o conhecimento criado de forma automática, a partir desses dispositivos, poderá enriquecer as aplicações da Web 2.0
As informações tornam-se ainda mais importantes numa sociedade em rede. Diversos cenários podem ser imaginados no qual o uso de informações de contexto possam ser combinadas às aplicações da Web 2.0, por exemplo: a combinação entre a localização de usuários, monitorada através de um sensor GPS, e um guia de atrações de entretenimento atualizado através de um ambiente da Web 2.0; ou mashups entre aplicações móveis e informações intrinsecamente coletivas (e.g., trânsito, criminalidade, clima) coletadas em tempo real.
Indubitavelmente, segurança e privacidade estarão em pauta quando redes de sensores estiverem conectadas à redes sociais virtuais como o Facebook, Orkut ou LinkedIn. Até que ponto desejaremos que tais informações sejam coletas, registradas e expostas? Quais serão os limites? Quem será responsável por impor tais limites? São questões que ganharão atenção nos próximos anos.
Entretanto, as oportunidades advindas dessa convergência deverão satisfazer de forma plena as propostas inciais da Web, facilitar o compartilhamento de conhecimento, e da Computação Ubíqua, tornar a interação humano-computador transparente, permeando os ambientes sociais. Dessa forma, a alvorada dessa nova tendência deverá surgir em pouco tempo. Alguns dos primeiros sinais são: a utilização massiva de celulares para acesso à Internet; o uso de redes sociais, principalmente do Twitter, através de telefones celulares; mashups que coletam e/ou disponibilizam informações colaborativas através de dispositivos móveis; e o uso de feeds RSS em telefones celulares para acesso em tempo real de informações provenientes de blogs ou redes notícias.

2 comentários:

porcho disse...

Ótimo post e excelente blog, Luiz! Adicionei-o no Google Reader. =D

Abraços!

porcho disse...

Ótimo post e excelente blog! Adicionei-o no Google Reader! :-) Abraços!